sábado, 9 de agosto de 2014

O correio tá de mal comigo

Poesia confesional:
é gênero poético;
e é isso aí!
Já-
que confio na estética
que por isso
Mamãe quer passar sabão
na minha boca 

passa mamãe
até uva passa

Sabe, 
te confesso
que confesso

A dor não dói 
tanto assim.
Quem sabe tem
,you know,
estética

Gaiola de pássaros
em celas abarrotadas
de chão, de gente

mas, não é?

Se fossemos de penas
a história antes voava
a ficar aqui a ter estética

Tem martelo que prega ego
e violino perfura
sem rastros de marcenaria 

deixando um cambalear
aos que desconfiam da vida

Desconfio que não amo
e que amar é termo
muito mal interpretado

O carteiro traz notícias 
dos movimentos da realidade

Não passa, porque não passa
como a uva passa

A carta se perdeu
e o carteiro nada tem haver com isso

tá de mal
com o mundo

quanta carta cretina
para entregar 

Burocracías
e roupas
da China

Eles, os carteiros
amarelados de estética

ficam de mal
mas ficam vivos

E as cartas fracassam, eu confesso
vira coisa
de morto-vivo

tipo num jogo de xadrez,
tutti na massa cinzenta

cartas para os amigos
é como fazer pose de moderno

e eu faço assim:

Para Lucas,
caro amigo

sabe, nunca tive estática de amiga

sou tipo uva passa,

some sad
little grapes



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