-quem disse que eu preciso de ismo?
dei uma risada Mutley
e não ficou por isso
também disse
que o que eu queria
era escrever poesia
não
poesismos,
nada dismo
poesabia,
a licença poética
engrandecendo-se
enquanto
a gramática se perde
naurora
todos os dias-
também o faz
o sabiá,
aquele que sabia assobiar
todo filósofo
de filme francês
fuma muitos cigarros
imitando os sábios
mas nunca imitam os sabiás
assobiam para
os garçons
trazerem a conta
trazerem o chá
O poeta,
de goela
seca
faz momento
num café
chora
ao tirar
o chapéu
das máquinas
dos ismos
e o garçom
deixa
não vê problema
nisso
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